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Ellen Page |
A empresa reuniu os coleguinhas para uma Acção de Formação; e, seja devido à grande dose de tédio ou à estupidificante fase de carência extrema pela qual estou a passar, dei por mim a observar as costas dos meus colegas do sexo oposto que se encontravam nas filas de cadeiras à minha frente.
(Um pequeno aparte: não deixa de ser bastante engraçado fazer este género de exercício. A beleza está só no rosto ou nem por isso?)
Enquanto me entretinha deste modo particularmente parvo, comecei a reparar num rapaz em especial: um cabelo lindo, ombros largos, o fato de bom corte ao corpo. Comecei a tentar perceber qual dos meus colegas era aquele; porque, realmente, elementos do sexo oposto que sejam interessantes é coisa que escasseia pela minha empresa. Pouco depois, o rapaz levanta a mão para partilhar uma opinião com o orador - e, ao reconhecer a voz, o meu estômago manifesta-se.
O rapaz - aquele do cabelo lindo, dos ombros largos, envergando o fato de bom corte ao corpo, era só e apenas um dos seres mais execráveis que já tive o desprazer de conhecer. Idiotazinho que até dói, machista e de vistas bem curtas, sem conversa nenhuma de jeito e - cereja no topo do bolo - com uma cara bem feiinha.
Isto tudo para dizer: nem tudo o que luz é oiro - e nunca devemos julgar um livro pela capa. E pela contracapa também não.