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Mischa Barton, Benjamin McKenzie e Adam Brody (The O.C.) |
Os três estarolas chegaram ao fim. Talvez já há muito tenham acabado, mas dentro de mim continuava aquela ânsia em agarrar-me cegamente à crença de que não, de que nós, os três estarolas inseparáveis, continuávamos e continuaríamos a sê-lo.
Não o somos mais. Porque há muito que não estamos os três juntos, como antes era tão natural; porque daqui e dali surgiram sentimentos que, em não se lidando com eles, vão corroendo e enfranquecendo tudo o resto aqui e ali, cansando o coração.
Ele que talvez gostasse de mim, eu que de certeza gostei (gosto) dele - o outro ele, formando uma espécie de triângulo demente numa qualquer ironia extenuante. Nunca tomámos a direcção certa, nenhum de nós os três, acabando por seguirmos caminhos algo diferentes porque a vida por aí nos levou, mas também porque nós assim (consciente ou inconscientemente) o escolhemos.
E eu no meio, estando com um ou com o outro, na mesma amizade acriançada de sempre, pergunto-me se o conforto que sinto ao falar com o primeiro não o magoará a ele, e sentindo-me sufocar de cada vez que estou perto do segundo, por muito que o deseje - porque nunca estarei com ele da maneira que queria e isso torna-se cada vez mais claro.
Mudámos. A amizade mantém-se, algures, meio tímida. Continuamos, no fundo, a ser os três estarolas; só já não sabemos bem como sê-lo. Talvez, por algum golpe afortunado do destino, aprendamos a fazê-lo; até lá, continuamos assim, balançando sem ali estarmos, mas sem saber como nos afastarmos.